Cada vitamina ou mineral – ou micronutrientes – têm funções específicas para facilitar as reações químicas do nosso organismo, e a falta de alguns deles prejudica funções como obtenção de energia, bom funcionamento do sistema digestivo e a renovação celular. Deficiências de ferro, zinco e vitamina A, por exemplo, podem atrapalhar o sistema imunológico; já a presença de radicais livres, associada à falta de antioxidantes como vitaminas C e E, tem relação com o desenvolvimento de doenças alérgicas crônicas, especialmente a asma¹.

Além de deficiências na alimentação, infecções e inflamações intestinais, cirurgia bariátrica ou de remoção de parte do intestino, e até mesmo a Covid-19, também podem comprometer a absorção de nutrientes. Entre outros fatores, distúrbios gastrointestinais como Doença de Crohn ou doença celíaca alteram a mucosa intestinal e atrapalham a absorção de vitaminas e minerais pelo organismo, que passa a não metabolizar adequadamente os nutrientes da alimentação².

A síndrome de má absorção de nutrientes acomete mais de 150 mil brasileiros por ano e pode se manifestar de diferentes formas, de acordo com a vitamina ou mineral que o corpo não está metabolizando. Por isso, é importante observar sintomas como queda de cabelo, fadiga, falta de apetite, cólicas abdominais, mudança na aparência das fezes, diarreias constantes ou até mesmo alterações neurológicas. Na maior parte dos casos, a má absorção de nutrientes é um sintoma de alguma outra patologia, então o tratamento é sempre baseado em tratar esta doença inicial e repor os nutrientes perdidos³.

Para evitar complicações pela hipovitaminose, principalmente para indivíduos que tenham menor biodisponibilidade de nutrientes – a proporção entre as substâncias absorvidas e as disponíveis para o organismo –, seja por deficiência na alimentação ou por problemas de má absorção, é primordial dar atenção aos micronutrientes consumidos e à ingestão diária recomendada. Nos idosos, a biodisponibilidade de nutrientes é menor e a suplementação alimentar é uma alternativa para que as doses diárias sejam atendidas, evitando o aumento da pressão arterial, problemas cognitivos e redução da massa muscular. Manter as doses de vitamina D recomendadas também é imprescindível para a manutenção da saúde óssea e o envelhecimento saudável⁴.

De qualquer forma, a biodisponibilidade de nutrientes é alterada com base nas mudanças constantes do corpo e em fatores fisiológicos e químicos, de acordo com estado nutricional e de saúde do indivíduo. Como a ingestão de uma vitamina ou mineral não garante a sua utilização pelo organismo, podemos auxiliar o processo de absorção ao combinar alguns nutrientes que são facilitadores e evitar outros que possam prejudicar a metabolização⁵.

Como melhorar a absorção de nutrientes?

Alguns nutrientes apresentam diferenças críticas na sua metabolização, como é o caso dos lipossolúveis, – aqueles que precisam se ligar à gordura no organismo – como vitaminas A e K; e hidrossolúveis, – aqueles que se ligam à água – como as vitaminas B e C. Logo, essas associações devem sempre ser levadas em consideração para a composição das refeições.

A ingestão de fibras, presentes nos vegetais, também podem auxiliar a digestão e absorção de alguns nutrientes, e alguns minerais, como cálcio e fósforo ao interagir com magnésio, se inibem, por isso é importante manter sempre uma ingestão equilibrada de todos eles⁶. Algumas dicas que podem auxiliar nessa metabolização do organismo são:

• Combinar Vitamina C e Proteínas + Ferro
• Combinar Gorduras + Vitamina A, D, E e K⁷
• Combinar Cálcio + Vitamina D + Vitamina K2
• Evitar o consumo de medicamentos sem prescrição médica
• Evitar a ingestão de álcool
• Ingerir a quantidade de água recomendada