Deficiência de ferro é um dos sintomas da Covid Longa
Fadiga, falta de ar e queda de cabelo são alguns dos problemas relatados; a suplementação com ferro sucrossomal e vitamina C podem ajudar na recuperação
Deficiência de ferro é um dos sintomas da Covid Longa
Fadiga, falta de ar e queda de cabelo são alguns dos problemas relatados; a suplementação com ferro sucrossomal e vitamina C podem ajudar na recuperação
Deficiência de ferro é um dos sintomas da Covid Longa
Diversos estudos1,2 apontam que pelo menos um quarto das pessoas infectadas pela Covid-19 apresentam algum sintoma que afeta a saúde e a qualidade de vida mesmo após a fase aguda da doença. Entre os problemas da chamada síndrome Pós-Covid ou Covid Longa, que persistem até 90 dias após a cura ou até mais, estão fadiga, cefaleia, sequelas respiratórias, problemas de concentração e cognição. E uma das causas pode ser a deficiência de ferro.
“Quando o processo inflamatório continua por semanas, o paciente desenvolve hipoferremia, que é a chamada deficiência funcional do ferro (DFF). Se os sintomas persistirem, as causas devem ser investigadas. Muitas vezes será preciso suplementar”, destaca o hematologista Flávio Augusto Naoum.
O médico explica que o ferro é um mineral essencial para o nosso organismo por ser responsável pelo transporte do oxigênio para as células e tecidos. “Ele é tão importante quanto o cálcio, tanto que órgãos como o baço e o fígado têm a capacidade de estocar o mineral nos músculos por meio da associação com uma outra proteína chamada ferritina, por isso a pessoa leva um tempo para desenvolver anemia”, destaca.
Existem duas formas de ferro na dieta nutricional: heme e não-heme³. O ferro heme é derivado da hemoglobina e pode ser encontrado em alimentos de origem animal, como carnes vermelhas, peixes e aves. Já o ferro presente em alimentos vegetais, como a lentilha e o feijão, é organizado em uma estrutura química denominada ferro não-heme.
O maior problema do ferro (especialmente o iônico, não heme) é que alguns nutrientes dificultam a sua absorção, como os fitatos, que estão nos grãos e cereais, os taninos, presentes no café ou chá, e os laticínios. Por outro lado, existem alimentos que maximizam sua absorção, como a vitamina C e outros ácidos orgânicos (presentes na uva, na maçã), assim como a carne e os peixes4.
Quando a suplementação for necessária, o indicado é optar pelo ferro sucrossomal, que além de garantir maior absorção e biodisponibilidade pelo organismo, também protege a mucosa gastrointestinal da ação oxidante do mineral, evitando os efeitos indesejáveis típicos da suplementação com ferro, como a intolerância gástrica e o sabor metálico desagradável.5 Se o suplemento tiver vitamina C na fórmula, melhor ainda!
QUAIS OS VALORES NORMAIS DE FERRO?
O hemograma completo pode indicar a redução de um ou mais componentes dos glóbulos vermelhos. Os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) para anemia6 em homens e mulheres são: hemoglobina abaixo de 13 g/dL para homens e 12 g/dL para mulheres, e hematócrito abaixo de 41% e 36%, respectivamente.
Referências:
1. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7852236/2. https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/long-term-effects/index.html
3. HURRELL, R.; EGLI, I. Iron bioavailability and dietary reference values. Am J Clin Nutr, v. 91, p. 1461S–1467S, 201
4. BAKER, J. Nutritional anaemia-a major controllable public health problems. Bulletin of the World Health Organization, v. 56, n. 5, p. 659-675, 1978.
5. VISCIANO, B. et al. O ferro lipossômico: uma nova proposta para o tratamento da anemia na insuficiência renal crônica. G Ital Nefrol, v. 30, n. 5, ISSN 1724-5590 , 2013.
6. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Grupo Científico de Anemias Nutricionales, Ginebra, 1968. Informe. Gineva, 1968 (Ser. Inf. tecn., 405)
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